Membro da rede de pesquisadores do Instituto Nacional de Energia Oceânica (INPO), o professor Edson Hirokazu Watanabe, do Programa de Engenharia Elétrica (PEE) da COPPE/UFRJ, analisou os avanços e os desafios da energia eólica offshore no Brasil, em entrevista publicada pelo INPO.
O ano de 2025 começou com a sanção da Lei nº 15.097/25, que estabeleceu o marco regulatório para a instalação de parques eólicos em alto-mar. Para Watanabe, o início efetivo da utilização dessa fonte de energia em larga escala ainda deve levar de cinco a dez anos, considerando os prazos de licenciamento e implementação das chamadas fazendas eólicas.
À frente de uma equipe de pesquisa financiada pela TotalEnergies, o professor estuda alternativas para a transmissão de energia offshore até o continente, com foco no estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, embora os primeiros projetos ainda tenham capacidade modesta, como o de Areia Branca (RN), com 24 MW, os pedidos em análise pelo Ibama ultrapassam 250 gigawatts.
“Se esses projetos forem aprovados, o Brasil poderá se tornar quase 100% verde”, afirma Watanabe.
Apesar do potencial, o professor alerta para obstáculos técnicos e operacionais, como a transmissão a baixo custo, a variabilidade da geração eólica e a necessidade de alinhar produção e consumo em tempo real. Ele destaca que a integração com outras fontes, especialmente as hidrelétricas, será essencial para equilibrar oferta e demanda.
Outro ponto em debate é o papel estratégico da energia eólica offshore para a produção do hidrogênio verde, combustível limpo capaz de substituir o diesel em setores como transporte e indústria.
Além disso, as fazendas em alto-mar apresentam vantagens em relação às instaladas em terra: evitam impactos de ruído e ocupação de solo, reduzem a poluição visual e permitem turbinas de maior porte, com pás acima de 100 metros — inviáveis para transporte terrestre.
A análise do professor Watanabe reforça a relevância da pesquisa acadêmica no PEE/COPPE-UFRJ para a transição energética, conectando ciência, inovação e políticas públicas a um setor estratégico para o futuro do país.
🔗 Leia a entrevista completa no site do INPO: Os avanços da energia eólica offshore no Brasil.


