Planejamento Estratégico
Planejamento Estratégico
O planejamento estratégico do PEE, além de estar em consonância com a Missão, a Visão e os Valores da UFRJ, estabelecidos por meio do seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), está alinhado aos pilares da COPPE, em especial quanto ao atendimento às demandas da sociedade brasileira, que vive um grande desafio relativamente à busca por soluções tecnológicas e inovações sustentáveis que possuam impacto efetivo em médio e longo prazo. O PEE se mantém em consonância com a construção de uma sociedade mais justa e de uma economia pujante, sem perder a sua consciência ambiental e o seu pioneirismo tecnológico estabelecido desde 1966. O PEE busca endereçar os severos problemas estruturais nacionais por meio de alternativas acessíveis e custo-efetivas, de forma a contribuir para a mitigação das graves desigualdades nacionais e regionais, bem como reduzir os efeitos na sociedade brasileira das instabilidades econômicas do país, que tem imposto severas restrições ao financiamento de atividades de pesquisa e ensino, entre outros investimentos públicos.
Em seu PDI, a UFRJ estabelece como Missão: “Contribuir para o avanço científico, tecnológico, artístico e cultural da sociedade por meio de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, promovendo a formação de uma sociedade justa, democrática e igualitária”. Por sua vez, em sua Visão, estabelece: “Posicionar-se entre os líderes mundiais na formação cidadã em diferentes áreas do saber, integrando-as de maneira a construir respostas para os inúmeros desafios do nosso século e destacando-se como um veículo transformador da realidade socioeconômica e ambiental.”. Para alcançar tal visão, o PDI estabelece uma série de objetivos no que tange às atividades de pesquisa e ensino de pós-graduação, devidamente condensados a seguir:
Apoiar projetos que visem transformar a realidade dos campi da UFRJ em um local mais sustentável, inclusivo, resiliente, tecnológico e inovador.
Ampliar a divulgação da pesquisa e da pós-graduação da UFRJ.
Melhorar a avaliação de cursos de pós-graduação com notas 3 e 4.
Ampliar a participação em projetos e editais de colaboração internacional e incentivar a formação de redes de cooperação nacionais e internacionais.
Ampliar as parcerias com instituições públicas e privadas nacionais e internacionais, a fim de potencializar os financiamentos e intercâmbios de conhecimentos, gerando pesquisas de natureza diversa e plural.
Como descrito no Item 1.4 da Ficha de Avaliação, diferentes organismos institucionais da COPPE e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR2) estão diretamente comprometidos com a progressão dos indicadores de formação de recursos humanos e de produção intelectual, com destaque: a Comissão de Pós-graduação e Pesquisa (CPGP), a Comissão de Avaliação de Docentes (CAD) e o Conselho Deliberativo (CD), que são integrantes da COPPE; o Conselho de Ensino para Graduados (CEPG), que é integrante da PR2; e o Conselho Universitário (CONSUNI). Para maiores detalhes sobre as principais competências, ver o Item 1.4 da Ficha de Avaliação. Além disso, o PEE está muito proximamente envolvido com a Escola Politécnica de Engenharia da UFRJ (Poli/UFRJ) e com o Núcleo Interdisciplinar de Desenvolvimento Social (NIDES) da UFRJ, onde seus professores ministram diversos cursos e orientam diversos trabalhos de fim de curso.
No que diz respeito às ações afirmativas, como descrito no Item 1.2 da Ficha de Avaliação, o PEE tem reservado vagas de mestrado e doutorado para candidatos autodeclarados negros (pretos e pardos) e indígenas, bem como duas vagas de mestrado e uma de doutorado, no âmbito do Programa de Qualificação Institucional (PQI/UFRJ), que visa à titulação de servidores da Universidade. O PEE atua também no estímulo à maior participação feminina na Engenharia Elétrica através do movimento WIE (Women In Engineering) com apoio do IEEE. Além disso, o PEE tem estimulado as professoras recém-contratadas pela Poli/UFRJ. Para maiores detalhes, ver o Item 1.2 da Ficha de Avaliação.
Deve-se destacar que o “Relatório de Autoavaliação para o Atual Quadriênio” está apresentado em detalhes no Item 1.4 da Ficha de Avaliação. Entretanto, alguns dos itens do relatório foram descritos aqui de forma mais resumida.
1.3.1. Planejamento futuro face à trajetória na avaliação e evolução desejada; avaliação de ações já implementadas no quadriênio e eventuais resultados obtidos; análise dos desafios a serem enfrentados para manter a produção de novos conhecimentos em nível internacional.
No que tange à Missão e à Visão da UFRJ, o planejamento futuro do PEE está norteado e pelo PDI e vem continuamente contribuindo com os objetivos traçados pelo PDI, em especial através de: (a) Ações Sociais Transformadoras de Ensino e Pesquisa, (b) Integração entre Áreas de Conhecimento e Cursos de Pós-graduação, (c) Financiamento de Pesquisa a Docentes Recém-Doutores. (d) Fortalecimento da Interdisciplinaridade, (e) Fortalecimento do Curso, (f) Ampliação da Divulgação de Pesquisa do Programa e, por fim, (g) Ações de Internacionalização.
Segue um resumo das atividades:
(a) Ações Sociais Transformadoras de Ensino e Pesquisa
A crise econômica iniciada em 2014 levou não só o PEE, mas toda a COPPE a apresentar soluções que atendessem diretamente a demandas urgentes da sociedade atual, em especial no quadriênio anterior, no qual houve um agravamento mais severo da crise econômica, mas que ainda traz reflexos no quadriênio atual. Nesse sentido, cabe destacar alguns projetos de pesquisa do PEE que buscaram o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis:
1) Na área de energia, o PEE tem atuado de forma destacada no estudo de mecanismos de geração distribuída, contribuindo assim para a implantação de fontes renováveis de energia, tais como a solar e/ou eólica, bem como em ações para uma melhor monitoração e análise do desempenho das redes elétricas. As chamadas redes elétricas inteligentes representam uma grande demanda dos grandes centros urbanos brasileiros, e o PEE tem atuado intensamente no sentido de desenvolver ferramentas de análise de tais sistemas e novos equipamentos baseados em tecnologias recentes, por exemplo, dispositivos supercondutores.
2) A chegada do 5G e a possibilidade de programabilidade em rede têm levado o PEE a atuar na pesquisa de mecanismos para garantir maiores níveis de segurança, melhor provisionamento de recursos de rádio via inteligência artificial, maior controle da informação e também dos mecanismos de processamento de dados e sinais associados.
3) As recentes inovações no controle de processos provenientes dos avanços no conceito de Indústria 4.0 têm levado o PEE a buscar novos formas de controle e monitoramento de processos.
4) Em 2020, o PEE, em cooperação com o Programa de Engenharia Biomédica (PEB) da COPPE/UFRJ e a Faculdade de Medicina (FM) da UFRJ, atuou no desenvolvimento de respiradores de baixo custo. Merece também destaque o projeto de Telemedicina, estabelecido entre o PEE e a FM. Ambos os projetos se devem às necessidades geradas pela pandemia de COVID-19.
5) O avanço da Internet das Coisas e suas inúmeras aplicações para o desenvolvimento urbano se tornou uma importante vertente do PEE que envolve várias áreas do programa em torno de soluções sustentáveis para as chamadas Cidades Inteligentes. O PEE tem a oportunidade de fortalecer as parcerias internacionais através de 2 projetos CAPES PrInt, um diretamente ligado ao tema e outro relacionado à Engenharia e Sistemas Computacionais.
6) Através do Projeto Maglev-Cobra conduzido por docentes do PEE, há o protótipo em escala real e em operação na universidade de um trem de levitação magnética, pioneiro internacionalmente, menos poluente que os modais tradicionais.
7) Através do Projeto AVADiP fruto do Programa ROTA2030 (atual MOVER) conduzido por docentes do PEE e da USP São Carlos, há o desenvolvimento de aplicações que se sirvam de inteligência artificial com manutenção de privacidade que visam promover maior segurança aos condutores e mais informações sobre o estado de bateria dos veículos eletrificados. Este projeto é um esforço que une competências de diferentes áreas do programa, como a eletrônica e a eletrônica de potência, e ainda conta com a participação de empresas como a Stellantis e a Mobway.
8) Através de projetos de visão computacional, docentes do programa desenvolvem sistemas de monitoramento patrimonial usando inteligência artificial. A ideia é aumentar a segurança dos campi universitários através do monitoramento inteligente do patrimônio e alerta em tempo real aos agentes competentes.
(b) Integração entre Áreas de Conhecimento e Cursos de Pós-graduação
O PEE é tradicionalmente um programa onde sempre houve alguma integração com outras Engenharias e áreas afins, tais como a Física e a Matemática. Regimentalmente, a COPPE não pode ser responsável por um curso de graduação. Contudo, vários docentes do PEE atuam nos cursos de graduação em Engenharias Elétrica, Eletrônica e de Computação, de Controle e Automação e de Computação e Informação. Há também uma atuação destacada junto ao Instituto de Física no âmbito do Projeto ATLAS, administrado pela organização CERN, relativamente ao estudo e ao desenvolvimento de sistemas de instrumentação eletrônica de alto desempenho. Há ainda uma cooperação ativa entre o PEE, o Programa de Engenharia Civil (PEC) e o Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) na área de Computação de Alto Desempenho, bem como uma interação significativa com o Instituto de Matemática na área de Otimização. Merece também destaque a interface com o Programa de Pós-graduação em Clínica Médica e a Faculdade de Medicina em projetos multidisciplinares envolvendo a área de saúde e a interface com vários outros programas da COPPE/UFRJ (cerca de 7) através do Projeto Maglev-Cobra.
É uma prioridade do PEE a intensificação e a expansão de tais ações, para as quais cabe destacar o importante efeito indutor das organizações de fomento na forma da proposição de chamadas para projetos de pesquisa integrando diferentes áreas de conhecimento, bem como da CAPES, relativamente à valorização deste tipo de atuação em suas avaliações quadrienais.
As ações concretas em direção à integração podem ser listadas como se segue. A coordenação do Programa de pós graduação em Engenharia Urbana, mestrado profissional na Escola Politécnica, por Prof. Julio Boscher. A participação nos dois programas possibilita a integração de alunos na medida em que participam de um mesmo projeto. Durante o desenvolvimento do projeto PROBRAL – audibilização de áreas urbanas participaram de atividades e de publicações conjuntas dois alunos do PEE (Gabriela Rocha Dantas e Felipe Petraglia) e uma aluna do PEU (Bruna Croce), por exemplo. Já o Prof. Richard coordena projetos que integram professores das áreas de Eletrônica e Eletrônica de Potência do PEE-COPPE, com professores do PEM-COPPE, da Escola de Química, e do Instituto Superior Técnico (IST) de Lisboa. Por fim, o Prof. Robson conduz projetos de colaboração com o Programa de Engenharia Nuclear.
(c) Financiamento de Pesquisa a Docentes Recém-Doutores
Em que pesem todas as limitações orçamentárias associadas ao ensino e à pesquisa, e considerando as limitações quanto às rubricas disponíveis, o PEE vem apoiando jovens docentes para participação em eventos nacionais e internacionais, realizando o pagamento de taxas de publicação, aquisição de materiais de consumo e de insumos de pesquisa de valor reduzido, e provendo equipamentos de informática de pequeno porte, bem como de material de consumo, majoritariamente através dos recursos obtidos pelo edital PROEX. Assim, por não dispor de orçamento próprio a tal fim, tais ações acabam por se concretizar majoritariamente de forma indireta, através de recursos obtidos pelos laboratórios junto aos órgãos de fomento, bem como por meio de projetos desenvolvidos junto a empresas em temas específicos.
Como exemplo, o ex-aluno Roberto Gonçalves Pacheco, do prof. Rodrigo, tornou-se professor da Universidade Federal Fluminense, no departamento de Computação do campus Rio das Ostras. Como é um departamento emergente e o ex-aluno está em início de carreira, o prof. Rodrigo o tem apoiado com infraestrutura e auxílio técnico para conduzir suas pesquisas iniciais na instituição e constituir seu próprio laboratório.
(d) Fortalecimento da Interdisciplinaridade
Um aspecto importante em anos recentes e que vem se tornado cada vez mais necessário é a atuação multidisciplinar na busca de soluções de demandas da sociedade brasileira. No PEE sempre houve um estímulo nesse sentido. Os alunos de doutorado devem cursar pelo menos 1 disciplina fora de sua área de pesquisa. De fato, diversos desses estudantes têm sido estimulados a buscar disciplinas fora do PEE. Um aspecto interessante é que tanto a UFRJ quanto a própria COPPE têm investido em sistemas de gerenciamento de informação de forma a facilitar e melhor identificar as possíveis ações interdisciplinares. A UFRJ desenvolve um sistema chamado ConectaUFRJ que visa trazer uma visão mais detalhada da atuação de pesquisas das várias unidades, o que torna essa interação muito mais ampla. Além disso, a COPPE tem empregado a Solução Átrio para uma melhor caracterização dos programas. Vale destacar que temas como inteligência artificial, transição energética, mobilidade, cidades inteligentes dentre outros, possuem um requisito natural de trabalhos interdisciplinares, o que tem sido notado entre os próprios docentes do PEE. Atualmente, há projetos que combinam áreas diferentes, como é o caso de projetos que envolvem docentes da eletrônica e da eletrônica de potência e docentes da eletrônica e da inteligência computacional, apenas para citar alguns exemplos, nas áreas de pesquisa de baterias para o setor automotivo e para o aprimoramento de processos de empresas de óleo e gás.
(e) Fortalecimento do Curso
As ações de fortalecimento do curso conduzidas no quadriênio consideraram os diagnósticos fornecidos pelo processo de autoavaliação do programa, de periodicidade anual, bem como os relatórios das avaliações externas da CAPES, úteis para o alinhamento dos mecanismos de avaliação internos relativamente ao panorama da pós-graduação nacional.
O programa realizou um esforço considerável ao recalcular todos os indicadores da CAPES para acompanhamento fino do desempenho do programa e investiu em softwares de coleta de dados, como o StelaTek, também para desenvolvimento de relatórios. Com respeito à avaliação da CAPES, na última avaliação da CAPES (quadriênio 2017-2020), o volume e a qualidade da produção docente, avaliada com auxílio dos indicadores FCD e DPI, e o volume e qualidade da participação discente, avaliado com o indicador FDA, foram os dois únicos itens para os quais o PEE não recebeu o conceito máximo, ficando com o conceito Bom. Como consequência, houve um esforço do corpo docente que, de forma consciente e mesmo ainda sob os efeitos da COVID-19, conseguiu melhorar parte dos índices.
O FCD é o único que ainda demonstra margem para melhora, ficando em 67,1% em comparação aos 74,2% médios do quadriênio anterior. O DPI docente, por outro lado, já demonstra reação, fruto do empenho do programa, subindo de 1,27 na média do quadriênio 2017-2020 para 1,52 na média do quadriênio 2021-2024. Olhando com mais detalhes os números reportados a seguir, tem-se uma ideia da melhora do FCD no último ano, 2024, o que ainda é um efeito de recuperação pós COVID-19. Vale destacar que em virtude da pandemia, a reitoria da UFRJ através de resolução específica do Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) da UFRJ suspendeu os prazos para a conclusão de todos os cursos de pós-graduação da UFRJ, levando o programa através do seu corpo docente a envidar esforços para recuperação de seus números ao longo do quadriênio. O detalhamento do DPI docente demonstra também o impacto da pandemia, particularmente em 2022 e 2023, porém já com franca recuperação claramente observável em 2024.

O FDA médio saltou de 7,8% no quadriênio 2017-2020 para 9,1% no quadriênio 2020-2024. Assim como o indicador DPI, o programa soube se recuperar dos anos de 2022 e 2023 para um valor mais elevado em 2024, rendendo uma média já superior à do quadriênio anterior. Esses números demonstram o poder de recuperação do programa e o empenho do corpo docente e discente.

A retomada do programa sob o ponto de vista do número de trabalhos concluídos reforça os argumentos apresentados acima. Os números de trabalhos de mestrado e doutorado estão apresentados a seguir conforme os dados extraídos da Sucupira. Para o mestrado, observa-se claramente a retomada pós pandemia no ano de 2024 com número mais próximos dos resultados obtidos no quadriênio anterior. Para o doutorado, o tempo de recuperação é mais prolongado, tendo em vista o tempo de formação maior. Vale mencionar que o fator pandemia é notável, mas não é único efeito. As restrições orçamentárias e cortes de bolsas também trazem consequências, especialmente para a decisão de ingresso em um doutorado acadêmico

Vale mencionar que o fator pandemia é notável, mas não é único efeito. As restrições orçamentárias e cortes de bolsas também trazem consequências, especialmente para a decisão de ingresso em um doutorado acadêmico. Os dados abaixo reforçam essa constatação. Primeiro em relação ao mestrado que já demonstra no ano de 2024 entrada compatível com o do quadriênio anterior. Em relação ao doutorado, há ainda uma maior resistência ao ingresso.

A seguir, as linhas de ação adotadas para recuperar e até mesmo superar os resultados do quadriênio anterior são listadas:
Realização do diagnóstico fino do desempenho do programa, descrito anteriormente.
Reforçar para aluno de Mestrado ou Doutorado, a possibilidade de integralização da carga horária e na avaliação do desempenho das disciplinas de pós-graduação da Coppe por estes cursadas sob uma matrícula anterior vinculada ao curso de graduação, mesmo que consideradas para integralização de sua respectiva carga horária, ou na forma de disciplinas isoladas. Como consequência, observa-se um maior interesse em continuação à pós-graduação dos alunos de graduação.
Estimular o conceito de disciplina isolada, isto é, uma disciplina que possa ser formalmente cursada sem a matrícula formal do aluno nos cursos de mestrado ou doutorado, desde que o interessado faça uma solicitação junto à secretaria acadêmica e o seu pedido seja aprovado pelo docente responsável.
Estimular a realização de doutorado sem defesa do mestrado, de forma a reduzir o tempo total de formação do aluno e incrementar a produção qualificada discente.
Aproximação com a indústria para desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação que estimule os alunos a continuarem na pós-graduação, abram perspectivas de empregos futuros e que ainda possam oferecer bolsas com valores mais competitivos. No quadriênio atual, o PEE conseguiu alcançar valores da ordem de 140 milhões de reais em contratos e projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Os resultados, já podem ser observados em relação ao tempo de formação, à evasão e à captação de recursos. Com relação à evasão, um indicador simples é a relação entrada e conclusão ao longo do quadriênio. Com os números apresentados anteriormente de conclusões e matrículas, pode-se calcular a proporção, chegando aos seguintes resultados. No quadriênio 2017-2020 houve um percentual de 68% e 50% para mestrado e doutorado, respectivamente. No quadriênio 2021-2024, esses números aumentaram para 73% e 77% para mestrado e doutorado, respectivamente. Esses números são bastante animadores, fruto das linhas de ações adotadas e que apontam para uma melhoria de indicadores como o FCD e também o DPI e o FDA em curto prazo.
Um segundo aspecto refere-se à quantidade de alunos de tempo parcial no quadriênio 2017-2020, cerca de 50% do corpo discente no caso de doutorado e quase 60% do corpo discente de mestrado. O que demonstra a capacidade do PEE de atrair o interesse de componentes da indústria em busca de especialização e aprimoramento, além de ressaltar a capacidade do PEE de atrair um grupo discente não ligado diretamente aos cursos de graduação da UFRJ. O aluno de tempo parcial, por atuar também na indústria e desenvolver a pesquisa em paralelo com a atividade profissional, tende a defender a tese em tempo próximo ao limite admitido pela COPPE/UFRJ. Considerando-se apenas os discentes bolsistas, os prazos médios se aproximam do tempo de bolsa das agências de fomento. Todavia, a redução de tais prazos continua ainda sendo uma prioridade para o PEE.
No quadriênio 2017-2020 a razão entre defesas de mestrado e de doutorado foi de 2,9 e no quadriênio 2021-2024 ficou em 2,3. Uma redução proporcional fruto de um trabalho que já havia sido iniciado desde o quadriênio anterior. Essa redução considerável é resultado de algumas das ações listadas anteriormente, como o estímulo ao doutorado sem defesa de mestrado (doutorado direto) e a aproximação da indústria, que aumenta o interesse dos candidatos ao doutorado tanto sob o ponto de vista de titulação quanto sob o ponto de vista de retorno econômico e perspectiva futura.
Outro aspecto relevante observado no espaço temporal relativo às avaliações anteriores era a existência de algumas dissertações de mestrado e teses de doutorado sem a produção de uma publicação associada, em especial as dissertações de mestrado.
Tendo em vista que um importante indicador da qualidade dos trabalhos de conclusão do PEE são as publicações deles decorrentes, no quadriênio 2013-2016 foi estabelecida a obrigatoriedade de que o candidato ao doutoramento comprovasse a submissão de ao menos um artigo relacionado ao tema de tese a uma revista indexada, a fim de que sua defesa fosse autorizada.
No quadriênio 2017-2020, este critério foi aprimorado, de forma que a defesa só é autorizada caso o aluno comprove a aprovação ou publicação de um artigo de sua autoria que pertença ao extrato superior da CAPES (A1 ou A2, na classificação 2013-2016), ou que seja indexado pela base Web of Science, possuindo assim JCR. No quadriênio atual, 2021-2024, as ações que visam atrair alunos para o mestrado têm demonstrado efeito. Tome-se o número de autores discentes de artigos ou patentes com docentes permanentes dividido pelo número de conclusões tanto de mestrado quanto de doutorado para se ter um número médio de publicações. Tem-se que este valor variou para o mestrado de 0,263 no quadriênio 2017-2020 para 0,519 no quadriênio 2021-2024 e que para o doutorado os números ficaram, respectivamente, em 2,178 e 2,754. Em ambos os casos, há uma tendência de melhora, sendo mais proeminente para o mestrado que dobrou o número.
Relativamente à atualidade do corpo de disciplinas e sua sintonia com o estado da arte na área de Engenharia Elétrica, o PEE no presente quadriênio disponibilizou um total de onze novas disciplinas, conforme os seguintes quantitativos anuais: 4 (2021), 4 (2022), 1 (2023) e 2 (2024), o que representa uma média de 2,75 disciplinas por ano, ou ainda, quase 1 a cada trimestre letivo. Outro aspecto a se destacar neste quadriênio foi a admissão ao programa de 9 novos docentes: 1 em 2021, 3 em 2022, 2 em 2023 e 3 em 2024.
Acredita-se que tais valores indicam forte compromisso do corpo docente do PEE com o que há de mais recente na área de Engenharia Elétrica, área em contínua e rápida evolução. Sinalizam também uma renovação de em torno de 10% do seu quadro de docentes permanentes, tomando o último ano do quadriênio como referência. Dos 9 professores, 4 já são permanentes, do total de 39 permanentes em 2024, Os novos professores possuem indiscutíveis perfis dinâmicos, conscientes e compromissados com a atualização e melhoria contínua do programa.
(f) Ampliação da Divulgação de Pesquisa do Programa
Nesta linha de ação, o PEE investiu novamente no desenvolvimento de uma página na Internet mais amigável e com design mais moderno (https://www.pee.ufrj.br/), visando a uma melhor interação com a sociedade. Adicionalmente, tem investido no display eletrônico no local de acesso físico ao programa (hall de acesso do 3o andar do bloco H do Centro de Tecnologia), o qual divulga informações gerais sobre o programa e cursos, destaques, o calendário da realização das defesas, entre outras informações relevantes. Além disso, o PEE vem fazendo divulgação no canal do Youtube da COPPE e, através de seus docentes, publica vídeos em canais dos próprios laboratórios. Por fim, o PEE tem investido em geração de conteúdo diário para o seu canal no Instagram (@pee.coppe.ufrj) também com destaques e avisos. De maneira geral, os docentes vêm aumentando a divulgação de pesquisas através de redes sociais, palestras para público geral, interação com os cursos de graduação em engenharia e entrevistas para mídias tradicionais como jornais digitais e canais de televisão.
(g) Ações de Internacionalização
A UFRJ e a COPPE dão atenção especial à internacionalização. A UFRJ, através da Superintendência Geral de Relações Internacionais da UFRJ (SGRI), trabalha pela inserção internacional da Universidade em prol de seus estudantes, professores e técnicos-administrativos. A COPPE, por sua vez, atua na assistência à internacionalização dos programas de pós-graduação, através da sua Assessoria Internacional, sempre respeitando as diretrizes da SGRI. A COPPE ainda estabeleceu o Núcleo Psicossocial Acolhe Coppe para oferecer à sua comunidade suporte psicossocial, online e presencial, com o objetivo de contribuir com o bem-estar individual e institucional, tendo em vista uma demanda do próprio corpo discente, incluindo os estrangeiros.
O PEE, por sua vez. tem a internacionalização como diretriz essencial e segue as diretrizes da UFRJ e COPPE. Nesta linha, o programa vem continuamente apoiando e encorajando seus discentes e docentes, tendo adotado diferentes linhas de ação durante o quadriênio em avaliação, entre elas:
1) Recepção de docentes e alunos estrangeiros – o PEE já possui tradição na recepção de alunos de países da América Latina. Neste quadriênio, o PEE teve um total de 14 alunos de mestrado e doutorado estrangeiros, conforme os seguintes quantitativos: 8 (2021), 1 (2022), 3 (2023) e 2 (2024), oriundos de países como o Peru, Colômbia, Irã, Alemanha e Portugal; e de pós-doutorado, um total de 1 aluno, proveniente da Índia.
2) Orientação de alunos de doutorado em processo de cotutela com universidades estrangeiras – neste quadriênio, tivemos um total de 4 alunos em processos de cotutela, nos seguintes quantitativos anuais: 1 (2021), 1 (2022), 1 (2023) e 1 (2024), envolvendo as seguintes universidades: Universidade de Sorbonne e na Escola Central de Lille, ambas na França.
3) Realização de estágios de pós-doutoramento ou laborais do corpo docente em Universidades no exterior. Neste quadriênio, houve uma redução do número de pós-doutoramento de docentes, se limitando ao Prof. Sergio Lima Netto que foi bolsista de pós-doutorado (Bolsa Maria Zambrano) na Universidad de Alcalá, Alcalá de Henares, Espanha, de julho/2023 a julho/2023. Essa atividade sofreu com as consequências da pandemia e também das questões relativas a financiamento.
4) Participação em eventos no exterior como palestrante convidado, professor visitante, em missão de curta duração e outras categorias relacionadas – um total de 16 docentes do PEE estiveram envolvidos em eventos desta natureza no quadriênio, 6 durante 2021, 15 em 2022, 13 em 2023 e 5 em 2024, o que representa em torno de 50% do corpo docente. Não fosse a pandemia e a consequente restrição de viagens e participação em eventos, o engajamento no quadriênio seria ainda maior.
5) Em 2021, o PEE promoveu ainda em modo online a palestra do Promethée Spathis da Sorbonne Université, França. Em 2022, o PEE recebeu a visita do Professor Didier Le Ruyet, do CNAM Paris, França. Já em 2023, o PEE recebeu o Prof. Michael Vorländer, diretor do Instituto de Acústica Tecnica da Universidade RWTH-Aachen, Alemanha. Por fim, em 2024, o PEE recebeu as visitas dos Profs. David Braun, Cedric Kotitschke e Carlos Hünteler, do Institute of Flight System Dynamics, Technical University of Munich (TUM), Alemanha, para um ciclo de palestas. Ainda em 2024, o PEE recebeu a visita da Profa. Sahar Hoteit, da CentraleSupélec, França; e do Prof. Carlos Silvestre, da Faculty of Science and Technology, University of Macau, China.
6) Considerando a nossa produção em periódicos, conferências e capítulos de livro, 30 docentes do programa participaram de publicações com autores internacionais. O total de publicações atingiu um montante de aproximadamente 167 ao longo do quadriênio, demonstrando a intensa cooperação entre o PEE e diversas instituições de pesquisa do mundo. Nesses valores estão excluídos os artigos da cooperação ATLAS oriundas da cooperação CERN e PEE. Para o quadriênio 2017-2020 houve 267 artigos em redes. Relativamente a livros, 11 docentes do programa estiveram envolvidos na autoria de 10 livros internacionais.
7) O corpo docente do PEE esteve envolvido em 17 programas internacionais conduzidos com centros de excelência no exterior, incluindo projetos de PD&I, cooperações institucionais e programas de intercâmbio como um PROBRAL CAPES/DAAD com a Alemanha, um CAPES-STIC AmSud com a França e um programa CAPES BRAFITEC também com a França.
A avaliação do programa e os números indicados apontam uma tendência positiva quanto ao fortalecimento de nossas ações de internacionalização, mesmo diante da situação adversa enfrentada pelo país. Em virtude de falta de demanda, não houve o oferecimento de disciplinas em inglês no quadriênio. No entanto, existem algumas disciplinas cujo material didático se encontra totalmente em inglês, assim como diversos professores se prontificaram a ministrar suas disciplinas neste idioma em caso de demanda.
Com vistas ao futuro, o PEE pretende continuar colaborando para o desenvolvimento técnico-científico nacional por meio da geração de mão de obra altamente qualificada, bem como através de produtos e soluções sustentáveis. Em consonância com a sua Missão, o PEE deve manter a sua qualidade acadêmica, com foco na qualificação e no aprimoramento contínuos de seu corpo docente, buscando a elevação dos indicadores associados à sua produção intelectual, por meio do estímulo contínuo a publicação das pesquisas desenvolvidas em seu âmbito em veículos com alto fator de impacto. Além disso, pretende continuar a empreender suas atividades de formação de pessoal com capacidade de liderança em pesquisa e em desenvolvimento científico e tecnológico nos setores elétrico, eletrônico e de telecomunicações.
Adicionalmente, como resultado das discussões conduzidas em seu processo de autoavaliação, o corpo docente do PEE reconhece a importância da contínua atualização de seus cursos, bem como da renovação e atualização de seus quadros, incentivando o ingresso de professores jovens e produtivos, de forma a manter a tendência atual, segundo a qual se observa que vários dos docentes jovens do PEE têm desempenho acadêmico destacado, sendo detentores de bolsas de Produtividade em Pesquisa do CNPq e Jovens Cientistas do Nosso Estado pela FAPERJ.
A fim de se manter como um polo atrativo de competências, o PEE entende que deve prover condições de trabalho excelentes para seus professores, alunos e funcionários. Para tal, o PEE deve continuar a ter laboratórios fortes, fazendo-se necessária a prospecção de recursos de variadas fontes. O cenário econômico vivido no país desde 2014 tem sido uma fonte de preocupação quanto à manutenção das atividades de pesquisa em todas as Universidades Públicas. Assim, uma das principais estratégias exploradas neste quadriênio para atingir este objetivo foi o estímulo à interação com a indústria e o setor empresarial através de parcerias envolvendo empresas tanto brasileiras quanto estrangeiras em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Os recursos angariados por esses esforços têm sido utilizados em quase sua totalidade para a manutenção e a melhoria da infraestrutura do PEE. Essas parcerias também têm contribuído para a formação de recursos humanos de alto nível, através da disponibilização de bolsas vinculadas ao desenvolvimento dos projetos de pesquisa.
O PEE identifica ainda como um fator importante estimular a formação de empresas de base tecnológica associadas ao programa, em especial fazendo uso dos mecanismos de incubação disponíveis no Parque Tecnológico da UFRJ. Nessa linha, espera-se que o estreitamento das relações entre o PEE e as empresas, principalmente as incubadas, leve a um aumento do número de patentes depositadas.
Por outro lado, em linha com a tendência mundial em se buscar mecanismos de maior eficácia e abrangência para o ensino, o PEE estabeleceu como meta de curto e médio prazos o uso mais extensivo de plataformas digitais de ensino, através das quais acredita-se ser possível enriquecer os mecanismos de iteração discente-docente, por meio de múltiplos instrumentos, tais como fóruns de discussão, o acesso assíncrono ao conteúdo das aulas e ferramentas de rede social e comunicação instantânea, entre outros. Adicionalmente, espera-se que tais ações contribuam para que o aluno assuma um papel de maior protagonismo e independência em seu processo formativo. É esperado ainda que tais recursos sejam úteis a estudantes fluentes em outro idioma que não o português.
Por fim, o PEE identifica como relevante contribuir de forma solidária com outros programas e iniciativas de pesquisa, portanto planeja continuar a dar suporte a grupos emergentes de pesquisa no Brasil, incentivando a participação de seu corpo docente em projetos colaborativos com grupos de outras universidades brasileiras, em especial aquelas localizadas em regiões menos desenvolvidas, ou ainda aqueles de menor maturidade científica.
1.3.2. Mudanças na estrutura curricular ou proposta do programa com vistas a mantê-lo atualizado e melhorar seu funcionamento.
Indicador: DISC (razão do número das disciplinas com turmas ofertadas em relação ao número total de disciplinas cadastradas pelo programa):
* 2017-2020: O DISC foi variou entre 48,8% e 74,8%.
* 2021-2024: O DISC variou entre 42,0% e 54,3%. Em comparação ao quadriênio anterior, a métrica DISC mostrou redução tendo em vista as dificuldades durante o período de pandemia. Esse efeito fica evidente a partir dos dados detalhados a seguir, em que se observa o efeito da pandemia a partir de 2020.

O acompanhamento e a revisão da estrutura curricular do programa são tipicamente realizados a cada trimestre. Neste processo, o PEE se utiliza de um grupo específico de professores, eleito pelo colegiado para auxiliar a coordenação, designados como os chefes de área e de subárea. Segundo esta organização, cada grande área de concentração do programa possui um chefe de área. Por sua vez, a área de Eletrônica, face à sua diversidade e extensão, é ainda subdividida em 4 subáreas: Processamento de Sinais, Teleinformática e Automação, Instrumentação e Fotônica e Microeletrônica, cada uma dispondo de um chefe de subárea. Deste modo, cabe a este grupo de 9 docentes colaborar em atividades acadêmicas diversas, tais como a concessão de bolsas, a proposição de projetos do programa junto a agências de fomento, a formulação de editais de seleção de alunos e decisões quanto ao perfil de contratação de novos docentes, bem como cuidar da disponibilização, atualização, proposição e extinção de disciplinas do programa.
Relativamente à oferta das disciplinas, é de responsabilidade de tais chefes conduzir junto à parcela do colegiado que integra cada área e subárea as discussões relativas a quais disciplinas serão oferecidas, criadas ou extintas. As propostas emanadas pelos chefes de área são então analisadas pelo coordenador acadêmico a cada trimestre, que decide por homologar as decisões proferidas pelas áreas ou submetê-las a uma apreciação de todo o colegiado, caso julgue necessária uma discussão mais ampla da proposta. Adicionalmente, os diagnósticos e ações conduzidos por cada área a cada trimestre são consolidados pelo coordenador acadêmico em instrumento específico de forma a alimentar o processo de autoavaliação anual. A oferta de disciplinas passou por um momento de dificuldade, tendo em vista mudança de presencial para online e depois online para presencial como consequência da pandemia. Esse movimento afetou a oferta de disciplinas com impacto perceptível no DISC. Como linha de ação, os chefes de área e subárea em conjunto com a coordenação começaram um trabalho de revisão das disciplinas tendo em vista o enxugamento e modernização do quadro.