A solução para problemas que afetam a vida nas cidades, como a falta de saneamento e o elevado gasto com energia para iluminação, muitas vezes surge de ideias simples dentro dos laboratórios e salas de aula das universidades. Foi partindo desse princípio, que alunos da Coppe/UFRJ e da Universidade de Columbia, de Nova Iorque, se reuniram no auditório da Coppe, dia 31 de maio, para apresentar os projetos finalistas de um desafio universitário promovido pelo Centro Coppe-Columbia para Soluções Urbanas, criado em dezembro de 2015 pelas duas instituições.


No encontro de estudantes de graduação e pós-graduação, chamado de Open Innovation Day, 16 grupos de alunos da Coppe e de Columbia apresentaram os projetos selecionados por uma comissão julgadora formada por representantes das duas instituições. O desafio entre universitários era propor soluções em duas vertentes: Urban Water, cujo objetivo era resolver problemas relacionados à água nos grandes centros urbanos e Sensing and the city, baseada em sensoriamento e destinada ao desenvolvimento de soluções inovadoras nas áreas de engenharia, tecnologia de detecção e Internet das Coisas (IoT). A proposta era estimular o surgimento de trabalhos ligados a cidades inteligentes, sensoriamento remoto, bioengenharia, eficiência energética e inovação nos transportes, entre outros.


“O desafio foi um sucesso. Os alunos desenvolveram ideias em um período de apenas seis meses de forma magnífica. Apresentaram soluções que, com um pouco mais de desenvolvimento, podem se transformar em produtos que vão beneficiar um grande número de pessoas”, avalia o vice-diretor da Coppe/UFRJ, Romildo Toledo.


A decana da Fu Foundation School of Engineering and Applied Sciences (SEAS) da Universidade de Columbia, Mary Boyce, também ficou satisfeita com as propostas apresentadas pelos alunos das duas instituições. “Rio de Janeiro e Nova York têm problemas comuns e outros bem específicos. Reunir estudantes de dois países pode resultar em diferentes perspectivas dos problemas enfrentados pelas duas cidades”, afirmou. Segundo ela, a expectativa é que as soluções propostas sejam incorporadas pelas prefeituras e que os alunos levem essa experiência para seus futuros trabalhos e possam criar ou participar de startups.


O resultado do desafio foi interessante. Foram apresentadas ideias variadas e aparentemente simples, como instalar sensores de baixo custo nos ônibus que circulam pelas ruas do Rio de Janeiro para monitorar poluição, temperatura e condições meteorológicas, entre outros itens. O projeto, desenvolvido por alunos do Programa de Engenharia Elétrica (PEE) da Coppe, pode baratear o processo de monitoramento, já que reduz a necessidade de instalação de sensores em diferentes pontos da cidade. O sistema pode avaliar também a umidade relativa do ar; a luminosidade, que indica se é preciso trocar lâmpadas dos postes ou fazer a poda das árvores que fazem sombra; e a vibração dos coletivos nas ruas, o que pode indicar a existência de buracos e a necessidade de recuperar o asfalto.

Quando o problema é a falta de saneamento, uma das alternativas propostas pelos alunos foi o projeto de saneamento ecológico em implantação na comunidade Vale Encantado, no Alto da Boa Vista, destinado ao tratamento local de esgoto em comunidades isoladas e de difícil acesso. Desenvolvido por alunos da Coppe e da Escola Politécnica da UFRJ, o sistema, de custo reduzido, é composto por um biodigestor e por uma zona de raízes. O biodigestor faz o tratamento anaeróbico, ou seja, transforma o material orgânico em biogás. Já as raízes são utilizadas para fazer o tratamento aeróbico. Elas removem o nitrogênio e o fósforo e oxigenam o efluente.


Outro projeto apresentado está ligado à eficiência energética e é destinado ao aproveitamento da luz solar para oferecer iluminação de baixo custo. Desenvolvido por alunos do Laboratório de Instrumentação e Fotônica (LIF) da Coppe, o projeto gasta pouquíssima energia para iluminação de ambientes. Menos do que a energia consumida por uma bombinha de aquário. O sistema – batizado de POF LUX, da sigla em inglês de fibra ótica plástica – é composto por uma lente que amplia em 30 vezes a concentração dos raios solares, um motor que permite à lente acompanhar o movimento do sol e um conjunto de fibras óticas, que leva os raios solares até o interior dos ambientes. O gasto de energia é mínimo. Ela é usada apenas para alimentar o motor, que movimenta a lente.


A troca de experiência entre alunos da Universidade de Colúmbia e da Coppe foi outro ponto alto do desafio. “Um dos méritos dessa iniciativa foi inserir os alunos deles, que hoje estão aqui, e os nossos alunos nesse processo de empreendedorismo e inovação, nessa cultura fortemente fundamentada em ciência. Não são questões superficiais. Os alunos que participaram puderam perceber que é fundamental ter uma boa formação para poder enfrentar os grandes problemas”, explicou o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Fernando Alves Rochinha.


Os 16 projetos selecionados como finalistas foram considerados todos vencedores. Não haverá uma classificação entre eles. “A proposta agora é buscar novas fontes de financiamento para o desenvolvimento dessas ideias”, explicou o professor Romildo Toledo.


De acordo com o vice-diretor da Coppe, a cooperação entre as duas instituições vai prosseguir. “Nesses primeiros seis meses foi demonstrada a capacidade dessa parceria”, afirmou Romildo Toledo. Segundo ele, estão previstos a realização de novos desafios e o envio de alunos e professores da Coppe para Columbia e a vinda de estudantes e docentes de Nova York para o Rio de Janeiro.

Realizado pela Coppe, pela Fu Foundation School of Engineering and Applied Science e pelo Columbia Global Center-Rio de Janeiro, por meio do Centro Coppe-Columbia para Soluções Urbanas, o desafio universitário contou com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Agência de Promoção de Investimentos do Rio de Janeiro – Rio Negócios.

 

http://www.coppe.ufrj.br/pt-br/node/3448

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